quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Editorial - Crise no senadO

Há muito nada é escrito por aqui, muito em função de projetos novos cujos colaboradores deste espaço estam envolvidos, e que fazem parte, assim como o Zona Escrotal, de um novo movimento de expressão política, artística e social (ou anti-política, anti-artística e anti-social). Movimento este despertado pelo sedentarismo dos espíritos que constituem os cidadãos desta nação, de maneira geral. Contudo, os atuais acontecimentos no parlamento, que de todas as formas tentou-se ignorar por tédio, materializam justamente a matéria-prima para o asco profundo emergente, que contribuiu para a origem deste movimento. Aprofundar-se acerca deste processo constiruirá algo importante futuramente, por hora, o interesse imediato, que leva ao interropimento deste silêncio necessário, restringe-se a estes acontecimentos. A crise no senadO, desde o seu início não apresentou novidades, nem na essência, nem na forma. Entretanto contemplar o senadoR Fernando Róbo de Metro, lendário entre os correntistas e microempresários suicidas da década de 90 e queridinho da Rede Nojo de televisão, dar lição de moral em um dos Únicos (certamente menos que 10) senadoreS satisfatoriamente dignos de ocupar o cargo desta importância, dentre os 80 e alguns, o Senador Pedro Simon, foi nauseante ao extremo. Comentar o episódio seria como descrever um desarranjo intestinal na hora almoço, muito terão estômago para isso, alguns não. Após parecer ter alcançado a humilhação suprema do legislativo, eis que chega o inovador Gago Duque, bacharel em direito, bacharel em direito!? bacharel em direito... presidindo a comissão de ética e arquivando todos os 7 processos contra o presidente do senadO Jame Safey, copiando e colando o mesmo trecho, ao final de todos os processos, qual jornalista atual, a justificativa para o arquivamento dos processos, que consistia basicamente em afirmar a incompetência e a maledicência dos jornalistas. Após justificar-se de modo eloquente demonstrando uma análise profunda do processo, o presidente do conselho de "ética? deixou o pt com uma escolha difícil. Ficar ao lado de Rouban Dalheios, Fernando Róbo de Metro, Jame Safey, e semelhantes, mantendo na presidência da corja, o próprio Jame Safey, ou ao lado de um grupo levemente mais heterogêneo, com PSOL, PSDB, DEM, Pedro Simon, O Senador, Cristóvão Buarque, O Professor, Marina Silva, A Senadora, entre outros e correr o risco de ter um presidente que não seja bróder. Um dilema profundo para o pt, que décadas antes seria decidido num milhonésimo de segundo, agora criando outra crise existencial, que no entanto não durou o mesmo milhonésimo de segundo para ser decidido pelo molusco mais querido do Brasil. Há dúvida sobre o posicionamento do presidente da República sobre o episódio? Rios de lágrima se formariam apenas com esta dúvida nos altruístas mais conscientes, no entanto é a passividade dos cidadãos ante a certeza que assusta. Não há mais esperança, não há mais voz, não há mais reação. Apenas murmúrios e resmungos efêmeros, qual ressaca semanal no cotidiano. E aqueles que não bebem são loucos frustrados, ou infelizes frustrados, mas certamente frustrados por reclamar aquilo que acreditava ser a possibilidade de uma administração da República ao menos digna, quem sabe bela, mostrar-se igual a dos arqui-inimigos, inebriante e nociva, como uma cachaça barata.

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